sábado, 26 de fevereiro de 2011

Compras no mercado

  Uma das coisas que adoro fazer quando viajo pra um lugar diferente é passear no mercado. Tanta coisa nova e diferente pra experimentar, é tão divertido!! E não só gosto de mercados em cidades novas, mas gosto também de mercados novos! Acho que já fui em uns 5 por aqui.
  O último foi ontem. Fui numa loja comprar uma cadeirinha de alimentação pro Nathan e ver cadeirinhas pra carro. Mesmo a gente ainda não tendo carro, é importante pra quando a gente alugar ou quando pegar carona com alguém. Ouvimos dizer que a multa aqui pra criança no carro sem cadeirinha é de 5000 dólares! Bem salgado, não?
  Essa loja foi indicação do casal russo/búlgaro que conhecemos no meetup semana passada. Falaram que tinha de tudo e era mais barata que a toys r us, que é a loja mais famosa para coisas de criança. A loja é meio fora de mão. Quer dizer, longe daqui e do centro. Mas como é perto de uma estação de metrô, beleza. Aqui a gente mora a 15minutos a pé de uma estação do metrô. Então pra ir em qualquer lugar que seja perto de algum metrô é tranquilo.
  Enfim, fui lá e acabei comprando um booster em vez de uma cadeirinha. É daqueles que você amarra na cadeira tradicional, pra criança ficar mais alta. O bom é que ele é portátil e inflável, então é fácil de transportar e ocupa pouco espaço. Vejam uma foto da cadeirinha e outra do Nathan sentado nela:


A cadeira pra carro vou acabar comprando o mesmo modelo que ele tinha no Brasil. Lembro que fiz uma pesquisa gigantesca na época pra comprar, então confio na minha escolha. Não tô com tempo agora pra fazer toda aquela pesquisa de novo. Mas a loja não entrega, então temos que primeiro ter um carro, pra ir lá comprar.
  Saindo da loja, o que eu vejo no outro lado da rua? Sim, um mercado!! Oba!! Fui lá conhecer. Adorei esse mercado! A sessão de futas é gigantesca. Acho que tinha uns 15 tipos diferentes de maçã, uns 6 tipos de tangerinas (até ponkan tinha). Tinha frutas que não imaginava nunca encontrar, tipo caqui, carambola, maracujá. Por outro lado, mamão papaya não tinha. Até agora só encontrei o formosa, que o Nathan não gosta muito. Interessante que aqui o mamão se chama "papaya". E o mamão formosa é chamado de "large papaya", ou seja, "mamão grande", hehehe. Acho que se eles começarem a vender banana prata, ela vai ser chamada de "small banana". :-) Embaixo das frutas sempre tem uma plaquinha indicando a procedência. Tem fruta de muitos países diferentes, mas não vi nada do Brasil...
  Outra coisa legal era a parte de produtos naturais/orgânicos. Achei até kefir!! No Brasil, pra arrumar kefir você tem que achar alguém que te dê os grãos e depois fazer o seu próprio kefir a partir dos grãos. Para quem nunca ouviu falar, kefir é uma espécie de iogurte com trecos vivos. Tipo os lactobacilos vivos do yakult. :-) Mas é considerado bem mais saudável que o iogurte, muito bom para a flora instestional e bom para reforçar o sistema imunológico. Ou assim diz a lenda. Quer dizer, alguns benefícios já foram comprovados cientificamente. Outros, como as propriedades anticancerígenas, antifúngicas, antivirais e antimutagênicas só foram comprovadas em animais. Quem se interessar, pode ler mais aqui na wikipedia. E aqui vai a foto do kefir que eu comprei:
  Pra finalizar, uma coisa interessante desse mercado que fui era o self-checkout, para você mesmo somar e pagar suas compras. Sabe essas coisas que você sempre lê em revistas que um dia vão existir, mas você nunca as vê pessoalmente? Essa era uma delas. Eu já tinha lido sobre isso há décadas, mas nunca tinha visto ao vivo. :-) Olhei, olhei, quase fui num caixa normal, mas aí pensei: "quem tem medo de uma maquininha?" aí fui lá. É fácil, é só seguir as instruções.
  A maquininha dizia pra passar o código de barras do 1o. produto. Passei. Aí ela falou: coloque na sacola. Tá bom, coloquei (sou muito obediente). Aí continuei passando tudo e cliquei em checkout. A máquina perguntou quantas sacolinhas de plástico eu queria comprar. Cliquei em 1, tudo coube em uma sacola, aí ela adicionou 5 centavos na minha conta. Aí foi só escolher a forma de pagamento (cartão de crédito), inserir o cartão, senha e pronto! Compras feitas e pagas sem precisar falar com ninguém. Perfeito! Sem pegar fila, sem ninguém te apressando pra empacotar as compras. Ah, adoro tecnologias. E mercados!! Mal posso esperar pra conhecer o próximo. :-)
 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Conhecendo gente nova

  Uma coisa que sempre me desanimava de mudar pro Canadá era pensar que eu ia chegar e não ia conhecer ninguém, não ia ter amigos, não ia ter família... Aí, mesmo enquanto ainda tava no Brasil comecei a pesquisar pela internet pra ver se achava alguma espécie de grupos de mães com bebês. E realmente encontrei!
  Tem uma página que eu achei com vários "meetup groups", ou grupos de encontros. São divididos por temas e localização. Então, por exemplo, tem grupos para mães com bebês em Toronto, grupos para casais com filhos em Toronto, grupos para vegetarianos e por aí vai. Me inscrevi em uns 2 grupos e logo apareceu um encontro, que foi hoje.
  No encontro conhecemos um casal muito simpático, com uma filha de 3meses. Ela da Rússia e ele da Bulgária. Não foi mais ninguém no encontro, acho que esse metup group é meio novo e ainda tem poucos participantes. Alguns casais acharam que ainda era cedo pros filhos deles, já que o encontro era numa piscina.Ou talvez no verão tivesse feito mais sucesso. :-)
  Toronto tem vários centros comunitários. Nesses centros tem várias atividades e esportes a preços bem reduzidos. Tipo, pra fazer musculação o ano todo paga 130dólares. Nos fins de semana, das 12:30 às 14:00 é reservado para pais com bebês e filhos bem pequenos. E até 16:00 liberado para todas as idades. Em outros horários tem aulas de natação ou hidroginástica. Para essa hora de piscina avulsa, pagamos 2dólares e o Nathan pagou 1 dólar. Achei bem razoável.
 Enfim, saímos de casa com uma temperatura externa de 8 graus negativos para ir numa piscina! A piscina era bem legal. Era bem rasinha e tinha vários degraus compridos, então era ótimo pro Nathan, que conseguia ficar em pé sozinho e correndo pra lá e pra cá. Também tinha vários brinquedos lá que ele podia usar à vontade, desde bolas, macarrão até sapinhos e patinhos de borracha. Ah, também tinha 3 salva vidas lá!!!
  A estrutura do local também era bem boa. Eu já tô acostumada que aqui nos shoppings sempre tem banheiro família, mesmo porque até no Brasil isso já tá ficando comum. Mas não achei que fosse encontrar vestiários-família. Pois é, mas tinha. :-) Eram várias cabinezinhas. Ficou bem mais prático, assim entramos eu, o Alessandro e o Nathan com carrinho e tudo e deu pra todo mundo se trocar sem o Nathan sair correndo ou começar a mexer nas coisas alheias.
  E por falar em Nathan, ele adorou a piscina! Aí vai uma foto para mostrar que não estou mentindo. :-)
  Tentei mirar pra não aparecer mais ninguém na foto, porque logo que peguei a câmera o salva vidas veio me dizer que eu não podia tirar fotos. Já ia guardar a máquina, quando ele disse "Tá bom, vai, pode tirar, mas vai naquele canto e tira virado pra lá, pra não pegar ninguém". Ops, ainda peguei uma cabeça ali no fundo, hehehe. Aquela piscina do fundo é mais funda e tava tendo aula de natação lá. Aliás, a água tava na temperatura pra aula, então tava morninha, mas não era assim uma temperatura de tomar banho. Então a não ser que a gente ficasse se mexendo, tava meio friozinho. Ou seja, pro Alessandro e pro Nathan, que são dois calorentos, estava ótimo! :-) A bebezinha de 3meses parece que também passou frio...
  Enfim, foi um programa bem legal. Eu sempre ficava com inveja quando me irmã me falava das piscinas públicas na Alemanha, agora também posso aproveitar, oba!!
  Aí, no meio da tarde encontramos o irmão de uma amiga do Brasil. Quer dizer, encontramos uma família, também é um casal com um filho de 8 (ou 9?) anos. Gente muito boa!! Nos buscaram aqui em casa, jantamos na casa deles (um bacalhau muito gostoso, entre outras coisas), o Nathan brincou um montão com o filho deles, que também era muito amigável. E no fim da noite, nos trouxeram em casa novamente.
  Estamos tendo sorte de encontrar muita gente legal por aqui. Espero que a tendência continue. Mas isso não libera a família de vir nos visitar, viu família que lê meu blog? :-)  Esperamos vocês aqui! Os amigos que leem o blog estão liberados, mas também podem vir, ok? Serão muito bem vindos e recebidos.
  Agora vou dormir que amanhã é Family Day e temos mais um passeio. Tchau!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um dia quente de inverno

Aparentemente, hoje e amanhã serão dias de recordes de temperaturas altas para esta época do ano. Hoje chegou a fazer 8 graus e amanhã vai fazer 11. Eu saí à tarde e realmente estava bem melhor do que dias atrás. Ainda estava frio e usei meu casacão, duas calças e luvas, mas já usei uma bota normal (não a forrada com pelo) e nem precisei cobrir as orelhas. Fiquei reparando nas outras pessoas e também estavam encasacadas, mas tinha menos pessoas com coisas chapeús, toucas, etc na cabeça.
Essa é a parte boa de ter chegado aqui no Canadá no auge do inverno. Depois de -15, daí pra frente só melhora e eu fico até feliz com essa temperatura de 8graus que normalmente eu consideraria horrorosa. Em meados de 1997 ou 98 meus pais moraram por pouco tempo em Curitiba, enquanto eu e minha irmã continuamos em Maringá. Eu ia pra lá de ônibus e lembro de várias vezes, ao chegar na rodoviária de madrugadinha, ver o termômetro marcando 6 graus e eu morreeeeeeeendo de frio. Nossa, como eu xingava essa temperatura horripilante. Agora, pra mim, 6 graus é apenas muito frio, não super-hiper-mega-frio. Acho que vou ter que criar uma nova tabela progressiva de frio.
30-diante: quente
25-29: gostosinho
20-24: friozinho
10-19: frio
0-10: muito frio
-5 a 0: extremamente frio
-15 a -5: extremamente horripilantemente frio
abaixo de -15: quero ir emboraaaaaaaaaa
   Bom, neste dia frio saí para ir na Right Management. Quando saí da motorola, ganhei o direito de consultoria de recolocação. Como a empresa tem filial aqui em Toronto também, consegui transferir meu processo pra cá. Então fui lá ver o que eles tem pra me oferecer. Basicamente são alguns workshops, tipo curso de como fazer currículo e coisas parecidas. Começo semana que vem. Tô fazendo só pra não perder a oportunidade, já que não pretendo procurar emprego ainda. Tava querendo esperar o Nathan completar 2 aninhos, em novembro. Bom, mas vamos vendo o que acontece.
  Ainda dei uma passadinha rápida no mercado antes de ir pra casa. Às vezes é difícil encontrar as coisas aqui, porque elas estão em embalagens inesperadas. Por exemplo, pra mim sal é vendido em saquinhos. Procurei, procurei, procurei, mas não via saquinhos em lugar nenhum. Acabei comprando um que tinha um formato cilíndrico. Deem uma olhada:

  Olhando de longe, nunca pensei que fosse sal. Aliás, tinha vários tipos de sal diferentes, fiquei até confusa. Sal marinho, sal kosher, sal com aditivos... Uma hora vou reparar melhor pra saber a diferença. Voltando pras embalagens, eles tem mania de caixinha por aqui. A pipoca vem em caixinhas. O arroz vem em caixinha. O cotonete vem em caixinha...  Enfim, às vezes quero comprar uma coisa super básica e fico me batendo pra encontrar. Fermento, por exemplo, eu procurei e não achei. Aí comprei uma farinha com fermento, mesmo. :-) Bom, outra hora procuro com mais afinco.
  Outra coisa interessante nesse mercado é no caixa. Sabe aquela esteira onde você põe as compras? Então, além da esteira de "entrada", depois que o caixa passa o código de barras, vai jogando os outros em uma "esteira de saída". Aí essa esteira gira pra um lado e pro outro, porque logo depois dela tem 2 outras... hmmm, chamarei de bandejas. Bom, o motivo disso é que cada cliente se vira pra embalar suas próprias compras. Então o caixa vai passando os produtos do cliente 1 e jogando pra bandeja 1. O cliente 1paga e vai empacotar suas coisas. Enquanto ele empacota, o caixa já começa a passar os produtos do cliente 2. Por isso ele gira a esteira de saída pra mirar os produtos na bandeja2. Assim não mistura as compras dos dois clientes.
  Será que deu pra entender minha descrição? :-) Esses caixas tem plaquinhas escrito "self-bagging", que eu traduziria livremente como auto-empacotamento. Acho que a ideia é que esses caixas sejam mais rápidos. Bom, não? Tudo para diminuir o tempo nas filas.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Banco

  Semana retrasada (acho...) fomos no TD, banco onde o Alessandro já tem conta desde 2008. Não sei se aqui no Canadá é sempre assim, mas fomos muuuito bem tratados! O Alessandro marcou hora com a gerente, então chegando lá não tivemos que esperar nada e já fomos atendidos.
  Cada gerente tem sua própria salinha, em vez de apenas sua própria mesa. Então lá fomos eu, Alessandro e o Nathan dormindo no carrinho. O que eu mais gostei foi que ela resolveu tudo o que a gente precisava. A conta virou conta conjunta, assinamos pedido de cartão de crédito, abrimos mais uma conta, pedimos outro cartão, transferimos dinheiro da conta 1 pra conta 2, definimos senhas, pedi talão de cheque, ela deu senha provisória pra acessar o banco pela internet e... é, acho que foi isso. Tudo na mesma salinha, com a mesma pessoa. Se fosse no Real, pra fazer tudo isso eu teria que falar com o gerente, depois ir no caixa e pra finalizar ainda ligar pro disk real.
  Quando o Nathan acordou, a gerente também trouxe um brinquedo pra ele se distrair. E ainda tomei um cafezinho, nham nham. Enfim, foi uma boa experiência, compensou um pouco a chatice de ter que ir até a agência.
  Ah, uma coisa engraçada. A gerente falou pra eu escolher o "modelo" do meu talão de cheque e me deu umas folhinhas com várias opções. Lembro que tinha com desenho de gatinho, de cachorrinho, tigre, flores, motivos infantis... Enfim, escolhi o do gatinho. Olha que gracinha!!

 
  Na hora eu não prestei muita atenção, mas quando os talões chegaram eu descobri que quando eu escolho esse modelo de cheque, sei-lá-quem dá sei-lá-quanto de dinheiro para a "Humane Society of Canada", uma organização que protege gatos, cachorros, passarinhos, vida selvagem, etc. Então tá, né? O papelzinho falou que eu ajudei essa organização, então devo ter ajudado, rsrsrs. :-)
  Aliás, olhando agora percebi que não sei usar esse cheque. Não sei onde eu assino e não sei porque está escrito "/100 dollars". Mistérios... O dia que eu comprar algo com cheque vou ter que pedir ajuda pra vendedora, hehehe.
  Uma coisa legal que tem por aqui é que, pra compras pequenas (abaixo de 25dólares) eu só encosto o cartão de crédito na maquinha e pronto! Pago! Não preciso deslizar o cartão, digitar senha, assinar, nada. É encostar e ir embora. Prático, não? Bom, pelo menos parece. Ainda não testei pessoalmente. É que mesmo com essa família de desempregados, minhas compras tem sido acima de 25 dólares. :-P

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Rotina Matinal

  Aqui os dias ainda são meio estranhos... Parece que estamos de férias, falta rotina. Nunca sei se é dia da semana, ou domingo. Na maior parte do tempo é bom, mas às vezes dá vontade de um pouco de previsibilidade. Também sinto falta da minha cama. Ela era tão boa, tão grande, tão gostosa! Sinto falta de travesseiros bons e de dormir com um monte de travesseiros.
  Mas enfim, em meio ao caos estou tentando estabelecer uma rotina, mesmo porque acho importante pro Nathan. Pelo menos de manhã estamos indo bem. Ele tem acordado por volta de 07:30. Às vezes um pouco antes (06:30) às vezes depois (tipo hoje, acordou +- 08:45). Às vezes ele acorda com fome e já pede pra mamar. Quando não pede, eu também não ofereço. Troco a fralda dele, tiro o pijama e coloco uma roupinha. Aí eu falo pra ele "Nathan, fica aí que eu vou no banheiro e já volto". Acho que ele entende, porque ele fica brincando na cama e quando eu volto ele ainda tá lá, sentadinho. Aí ele continua brincando com o relógio, ou o pacote de algodão, lencinhos umedecidos, ou simplesmente pulando na cama, enquanto eu também troco de roupa.
  Alguns dias ele tira a chupeta sozinho e me dá. Outro eu tenho que pedir, mas ele sempre obedece. A chupeta fica no quarto e vamos pra sala. Eu ligo a tv e o deixo assistindo, enquanto vou pra cozinhar preparar o café. Normalmente não funciona e ele me segue pra cozinha e fica brincando com alguma coisa. :-)

  Ou então ele me ajuda a organizar o armário, como na foto abaixo:

  O café da manhã dele é quase sempre a mesma coisa. Como o Alessandro comprou uma aveia integral em flocos grandinhos, achei que o Nathan não ia gostar. Então cozinhei um pouco a aveia no leite pra ela ficar mais molinha. Como ele gostou, continuo cozinhando. Aí junto maçã e banana e pronto! Está feito um delicioso e gosmento café da manhã, hehehe. Fica grudento e docinho, o Nathan adora! Ultimamente comecei a colocar quinoa também e ele come do mesmo jeito.
  Esses dias ele sumiu da cozinha por um tempo e eu não ouvia som algum. Ué, cadê o Nathan? Quando fui ver, estava sentadinho na sala, vendo tv. Nossa, preciso descobrir o que tava passando, isso pode ser útil, rsrsrs. Olha que comportadinho!
  Nessa foto vocês também já podem ter uma visão panorâmica da nossa sala. É uma sala até bem grandinha, tem bastante espaço pro Nathan correr e brincar. Às vezes eu também o coloco de pé em cima do aquecedor. Tem uma tabuinha em cima dele que fica sempre morninha, mas nunca muito quente. Então ele fica ali olhando pra fora e já serve de esquentador de pés, também. :-) Mas ele quase nunca se interessa pela janela, provavelmente porque não tem muitos bichinhos lá fora. Na nossa casa em Jaguariúna ele adorava ficar na janela, olhando a Afta e os passarinhos.
  

  Enfim, voltando ao assunto, quando os nossos pratos de cereal estão prontos, levo pra sala e ele já vem correndo atrás de mim, todo animado. Hoje, depois de comer metade do pratinho dele, quis experimentar do meu cereal. Só que o meu é uma coisa bem sem gracinha feita de 7 grãos integrais. É levemente adoçado com mel, mas eu não acho nada doce. Como além disso os grãos são meio durinhos, tinha certeza que ele não ia gostar. É, o Nathan às vezes me surpreende. Gostou e não quis mais o cereal dele, preferiu o meu. Então tá, né? Ainda bem que eu como um cereal saudável e dou um bom exemplo.
  No começo estávamos tomando café na sala. Eu ficava sentada e o Nathan indo e voltando, indo e voltando. Comia uma colherada, corria um pouco, arrastava um brinquedo, comia outra colherada, jogava a bolinha, pegava a bolinha, outra colherada, pulava no sofá... Enfim, nesse processo às vezes ele se sujava, sujava o chão, me sujava... Achei melhor mudar para a mesa. Então agora tomamos café na sala de jantar. Como não temos cadeirinha, eu sento numa cadeira e ele fica de pé em outra (não quer ficar sentado). Bem mais fácil.
  Acabando o café, vamos pro banheiro escovar os dentes. Estou usando uma pasta de dente da Weleda, sem flúor. Mas uso tão pouquinho que às vezes precisa de uma lupa pra enxergar a pasta. Deve ser menos que o tamanho de 1/4 de ervilha. É só pra dar uma animada. E dá certo, ele adora o gostinho da pasta. Quando vê a escova, abre a boca na hora. Só que enquanto eu tento escovar, ele fica tentando chupar a escova, hehehe. Embaixo até que é fácil, mas ele não gosta de escovar os dentes de cima. Não sei se machuca, se faz cócega, se irrita, mas ele sempre reclama (ou seja, grita, berra, joga a cabeça pra trás). Aí eu termino a limpeza com o dedo, mesmo. No Brasil eu usava gaze, tenho que descobrir em que parte da farmácia escondem isso, por aqui.
  Depois disso eu acordo o Alessandro, que vai para seu interminável banho. Aí eu e o Nathan ficamos brincando na sala. Quando o Alessandro está "pronto", fica com o Nathan e aí finalmente consigo tomar um banho. Quando saio, normalmente eles estão assistindo videozinhos e o Nathan já tá com chupeta e com sono. O resto do dia ainda varia muito, mas em geral perto de 10:30 ele dorme. Se ficamos em casa o Alessandro o põe pra dormir e se saímos, rapidinho ele dorme no carrinho. Aí ele acorda e já tá na hora de almoçar.
  Aliás, ele já está comendo muito melhor. Depois que ele começou a comer bolacha, pão de queijo, batata frita ele começou a ficar mais enjoado pra comer. Aí chegava na hora da refeição e ele ficava apontando pro armário (onde ficam o pão e as bolachas). Ele também comeu wings (franguinho) e adorou! Quando via, não queria mais nada. Aí falei pro Alessandro que a gente precisava ser firme pra ele voltar a comer direito. Isso significa não dar mais pão nem bolacha perto ou na hora da refeição, não importa o quanto ele chorasse. E nada de só comer carne. Depois dessa resolução o Nathan realmente fez manha e gritou bastante, mas continuamos firmes. Sentamos na mesa os três, ofereci uma colherada e o Nathan já falou "não". Ficou apontando pra coxinha de frango. Depois de muitos gritos, finalmente aceitou uma colherada e comeu bem. É que a colher tinha arroz junto com o frango, aí o danadinho não queria. :-)
  Na refeição seguinte ainda esperneou um pouco, mas agora já voltou a comer bem. Ontem no almoço comeu arroz integral, carne, cenoura e cogumelos. E tomou suco de laranja natural (sem açúcar). Tá ótimo, né? Esses dias almoçamos fora de casa e comemos num lugar de comida chinesa. O meu prato tinha um arroz com ervilha e cenoura, carne com brócolis e cogumelos e frango com legumes. O Nathan comeu de absolutamente tudo! Gostou tanto da comida que fiquei até com fome, porque parei de comer pra deixar pra ele, rsrsrs. Mas passo fome com gosto! É muito bom vê-lo comer assim.
  Acho que tá bom de notícias por hoje, né? Amanhã escrevo mais. Tchau pra vocês!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Frio, mas not so bad

  Todo mundo tem uma amiga friorenta, né? Aquela que fecha a janela, desliga o ar condicionado, reclama de frio... Pois é, sou eu. Eu sempre fui a amiga friorenta. Vocês estão pensando em alguém que sente muito frio e não sou eu? Acredite, eu ganho fácil. Nunca conheci ninguém que reclamasse de frio mais do que eu. Ano após ano, volta e meia vinha um engraçadinho cheio de originalidade me dizer "Se vier o frio que você tá esperando, eu tô perdido". Humpf. O que eu tava esperando é que alguém inventasse uma frase nova, porque essa já enjoou. Eu sinto frio, ué! Vou deixar de usar meus casacões quentes só porque os outros não sentem?
  Desde criança eu sinto frio. Me lembro quando morava em Portugal, brrrr, como passava frio! A nossa casa tinha aquecedor, mas acho que nem sempre ele era ligado. Não lembro se era pra economizar ou porque os outros moradores da casa não tinham o mesmo "problema" que eu. Só sei que, em alguns dias de frio, eu dormia com 7 camadas de cobertores.Sendo que o último era um cobertor de lã de carneiro pesadíssimo!!!
  Cresci mas continuei sentindo frio. É mais fácil eu esquecer a bolsa em casa do que casaco. Levo pra todo canto. Pro trabalho, pro shopping, pro cinema, pra praia... Onde eu vou, o casaco vai junto.
  Em 2005 fui morar em Recife e estava feliz e contente, achando que ia sofrer menos com a temperatura. Pfff, ledo engano. Em todo lugar naquela cidade tem ar condicionado, grrrr. E ar forte!! Acabei passando mais frio do que em Maringá. Afinal, você acorda, abre a janela, tá aqueeeele calor. Aí você, aproveitando que é mulher, coloca um lindo e leve vestido, certo? Como eu sou eu, sempre levava no mínimo uma jaqueta só pra prevenir. Mas não adiantava. Era entrar num shopping para eu congelar. Mesmo com a jaqueta, o frio nas pernas era ruim demais! Aí eu vivia naquele dilema. Ou colocava mais roupa e suava na rua, ou colocava menos e passava frio quando chegava no destino. Em geral acontecia as duas coisas todos os dias.
  Pra piorar, o ar do Cesar, onde eu trabalhava, era muito inconstante. Às vezes tava muito gelado, às vezes médio, às vezes quebrado. Eu nunca sabia o que esperar. Pra evitar problemas, já deixava uma blusa de lã e um casaco lá. Em geral, eu chegava e já colocava os dois. De curiosidade, levei pra minha baia um reloginho que tinha termômetro. Um dia, numa sala de reunião, tava 16 graus. Pô, fala sério!!! Todo mundo vestido para uma temperatura externa de 36 graus e o ar a 16? Ninguém merece. Passei muito frio aquele dia, porque tava de sandália.
  Enfim, o frio sempre foi uma das minhas características. Já achei até que era doença. Fiquei procurando na internet se frio intenso era sintoma de alguma coisa. Até agora não descobri nada. Já pensei em procurar tratamento, acupuntura, qualquer coisa. Se alguém souber de algo, me avise por favor.

  Bom, todo esse gigantesco prelúdio é para explicar o quanto a ideia de morar no Canadá me assustava. :-) Afinal, no Brasil com qualquer temperatura abaixo de 15 graus eu sofria. Colocava meia-calça, calça de veludo, blusa de lã, o meu casaco mais quente, bota de cano alto e ainda assim passava frio. Logo, não conseguia nem imaginar o que ia acontecer com -15graus, -20... O medo do inverno canadense era enorme. Uma parte da culpa do meu medo é da tv. Não é tão frequente acontecerem coisas no Canadá dignas de passar no jornal no Brasil. O assunto mais frequente acho que eram as tempestade de neve. Então, quando eu pensava em inverno no Canadá, o que me vinha à cabeça era muito vento, neve voando, pessoas encapotadas andando com as botas afundando na neve. Quase igual esses filmes no pólo norte, hehehe. :-) Tipo essa foto abaixo:
Eu achava que ia ser assim todos os dias. Que eu ia andar pisando na neve, que não ia enxergar o que era rua e o que era calçada. Tinha medo de frostbite (quando uma parte do corpo congela de tanto frio. Acho que o mais comum é as pessoas perderem dedos). Verdade, ué! Eu tinha, hehehe. Achava que ia ficar 5 minutos fora de casa e já ter que correr pra dentro, por causa do frostbite. :-)

  Enfim, depois de tanto medo estou positivamente surpresa. Não é tão ruim assim, ufa! Nas avenidas principais, onde tem o comércio, alguém sempre "dá um jeito" na neve. Jogam sal ou coisa parecida pra ela derreter e empurram o excesso pros ladinhos. Então na maior parte do tempo fica como na foto abaixo:
Ou seja, a calçada livre, com montes de neve do lado da rua. Já nas ruas residenciais tem bem mais neve. Fica só um espacinho pra caminhar, igual nessa foto:
Mal dá pra passar o carrinho. Na nossa rua tem uma casa que o pessoal nunca tira a neve da calçada. Grrr, dá uma raiva! Mas tudo bem, quando tá difícil eu vou com o carrinho pela rua, mesmo. Sem problemas.

  Mas voltando ao frio, depois de tanto medo, até que não está sendo tão ruim assim. Tem dias iguais aos da primeira foto, sim. Mas são poucos e, no dia seguinte, já deram um jeito de limpar a neve das ruas. Eu achava de verdade que ia ficar praticamente ilhada em casa no inverno. Que com aquele tantão de neve, eu não ia querer sair de casa nunca. Principalmente com o Nathan. Mudar pra cá no meio do invernão e ter que procurar apartamento parecia a coisa mais terrível que eu poderia fazer na vida. É, às vezes a gente se engana.
  Ah, uma das coisas boas é que aqui posso me encampotar à vontade, sem nenhum engraçadinho aparecer pra tirar sarro. Ah, que maravilha!! Posso usar 2 calças, bota com recheio de lã de carneiro, gorro, luva, sobretudo, enfim, todo meu aparato para o frio, que ninguém estranha. Volta e meia tem alguma doida de pernas de fora, mas no geral todo mundo anda muito bem agasalhado, tanto quanto eu.
  Se eu sinto frio? Sinto, claro. Mas agora sei que -15 não é assim muito pior do que 0graus. As duas temperaturas são praticamente igualmente horripilantes. Tem feito muitos dias nublados por aqui. Aí esses dias tava sol, que delícia! Fui no mercado e, quando voltei, o Alessandro perguntou se estava frio lá fora. Aí eu respondi "Até que não, tava gostosinho". Aí eu pensei: peraí, o que foi que eu disse??? Tava -10 graus lá fora e eu disse que tava gostosinho??? Eu devo estar ficando louca! Mas é verdade. Quando faz sol sempre dá vontade de dar uma saidinha.
  Mas enfim, o principal é ter as roupas apropriadas. Depois que comprei um casacão, uma bota forrada e uma luva forrada e um gorro, passo bem menos frio. Quando estou bem agasalhada, sofro menos do que sofri aquele dia em Recife, com os pés de fora, quando estavam 16 graus. :-) Continua sendo horrível esperar ônibus, horrível quando venta, meu nariz fica super gelado, mas pelo menos não tenho mais medo de perder um dedo, hehehe. Vou conseguir sobreviver numa boa até a gente comprar um carro.
  Dito tudo isso, ainda assim... ah, que vontade que chegue logo o verão! :-)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ecológicos

  O mundo está ficando cada vez mais verde e mais ecochato. Eu era uma pessoa relativamente "verde": separava o meu lixo, não desperdiçava muita água, às vezes levava minha sacola retornável pro mercado, comprava orgânicos e sempre cogitava mudar pras fraldas de pano. Bom, as fraldas de pano eu estava esperando uma época mais tranquila ou quando o Nathan dormisse a noite inteira. Como nenhuma das alternativas aconteceu, ainda continuo com as descartáveis. :-)
  Mas enfim, aqui no Canadá, como em vários outros países, tem uma grande guerra contra as sacolas de plástico. No estado de São Paulo, a primeira pergunta que a caixa do supermercado fazia era "quer cpf na nota?". Aqui, a primeira pergunta é "vai precisar de sacola?". Não sei como é nos hipermercados grandes, mas no mercado de tamanho médio que costumo ir, a maioria das pessoas leva sacola retornável ou coisa parecida. Aí, em frente do mercado sempre tem um monte de gente ajeitando as compras em bolsas e mochilas. O pessoal sai do caixa e vai ajeitar, arrumar, distribuir o peso, etc.
  Esses dias eu tava em um mercado de frutas aqui em casa e reparei que as pessoas que não levam as sacolas praticamente se desculpam ao falar pro caixa que precisam de sacola. Ficam se explicando, dizendo "esqueci minha sacola" ou "ficou no carro". Não falam simplesmente "Sim, quero sacola". Será que é considerado falta de educação usar as de plástico?
 Aí esses dias, vi numa loja um aviso explicando que uma lei X obrigava o estabelecimento a cobrar 5 centavos por cada sacola de plástico. Ah bom, agora entendi por que todo mundo se esforça tanto para não usar as de plástico. O dinheiro é a melhor das motivações. Fui checar minha nota e realmente estão lá os 5 centavos.
Viram? Plastic bag - 0,05.
  Hoje comprei um brinquedo pro Nathan na Toys R Us e a mulher nem se dignou a perguntar se eu queria sacola. Me deu a notinha e ficou fazendo cara de paisagem. Mas acho que ela era mal educada, mesmo...
  Por enquanto eu e o Alessandro vamos às compras com uma bolsa grande. Ela tem rodinhas e uma alça retrátil, então é bem prático, é só puxar. Não fazemos isso pra economizar os 5 centavos, é pra não ter que carregar um monte de sacola no braço, mesmo. Essa vida sem carro não é fácil...
  Aliás, ontem gastamos mais ou menos 2,5horas (entre metrô e ônibus) pra ir num shopping encontrar uma conhecida de internet minha. Aí coincidentemente, hoje o Alessandro passou o dia vendo modelos de carros na internet, escolhendo qual ele vai comprar. Coincidência, claro. :-)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Coleta de Lixo

  Mais um post para a série "meninges não formadas", hehehe. Estava eu olhando para janela 3a.feira quando passava o caminhão de coleta de lixo. Achei tudo tão prático, tão organizadinho, que foi impossível não fazer comparações. Aliás, quando a gente chega pra morar num país novo, isso é o que gente mais faz: comparações. O tempo todo fico pensando "Ah, no Brasil isso seria assim" e coisas parecidas. Com a coleta de lixo foi a mesma coisa.
  Primeiro fiquei reparando na vestimenta do moço. Vejam a foto abaixo:

  Não sei se dá pra enxergar, mas ele tá de bota, luvas e máscara. Até onde eu sei, no Brasil os lixeiros também devem usar máscara, mas na prática eu sempre os via sem nada. Quer dizer, sem máscara. Luvas eles usavam, sim. Mas ouvi de alguns casos de lixeiros que se cortaram com coisas que tinha no lixo. Inclusive de um que se cortou com uma seringa contaminada. É mole?? Como será que aconteceu isso? Ou será que é lenda urbana? :-)
  Mas enfim, aqui a coisa é bem mais prática. Toda casa tem essas lixeiras duras (Pelo que eu li nas próprias lixeiras, elas são propriedade do governo). Então você vai jogando seu lixo lá e, no dia da coleta, coloca a lixeira na frente de casa. O moço do lixo só encaixa a lixeira ali no caminhão, aperta um botão e vupt!, a lixeira sobe e joga o lixo lá dentro. Assim, ó:

  Prático, não? O moço não tem nenhum contato com lixo. Também não tem perigo de um cachorro rasgar o lixo, cair lixo pela rua, pingar aquela aguinha nojenta de lixo, urgh... Lá em casa, no Brasil, isso vivia acontecendo. Tadinha da Daniela (minha empregada), era sempre ela que ia lá catar.
  Os lixos aqui também são separados. Lixo orgânico vai no container verde. E esses containers tem uma trava, acho que pra evitar que os esquilos consigam abrir e fuçar lá dentro. O reciclável é no azul e o não reciclável vai no preto. Ainda não sei muito bem o que vai no lixo preto, só consegui pensar em pilhas. :-)

  Agora começam as comparações. Fiquei pensando que seria ótimo se no Brasil também fosse assim, com esse esquema das lixeiras duras. Mas aí fiquei imaginando que iam ficar roubando esses containers o tempo todo... Afinal, roubaram até o meu porta-lixo de metal que ficava na calçada de casa.
  Quando fiz minha venda de garagem no Brasil, roubaram até coisas que eu estava vendendo por 50 centavos. Poxa, que falta de dignidade. Ou vai me dizer que a pessoa não tinha 50 centavos pra comprar o treco? Tsc tsc tsc.
  Poxa, tanta gente boa e decente no Brasil... Tinham que inventar um teste de caráter, separar os bons e criar um Brasil novo. Aí sim seria o melhor lugar do mundo pra morar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Coisas do Nathan

  Hoje não tem exatamente uma novidade pra contar. Estou escrevendo mais pra registrar as coisinhas engraçadas que o Nathan faz.
  Ele está com 14 meses agora e passando por aquela fase de imitar tudo que a gente faz. Então eu vou escovar os dentes dele, ele pega a escova e tenta escovar os meus dentes. Estava secando o cabelo e, quando acabei, ele pegou a escova pra pentear meus cabelos. A gente toma banho juntos na banheira, aí ele passa a mão no sabonete e começa a me lavar. Também tenta lavar o próprio cabelo e se ensaboa sozinho. Ficando independente. :-)
  Quando come, ele é muito generoso. Sempre oferece comida pra quem está em volta, seja conhecido ou estranho. Mas ele nem sempre gosta quando as pessoas aceitam, hehehe. Às vezes, quando você vai pegar o que ele está oferecendo, ele tira correndo e fala "Não!" Ou melhor, "nhão". Por outro lado, quando ele quer que a gente coma alguma coisa, ele é muito insistente e não aceita não como resposta. Fica tentando enfiar na nossa boca e, se a gente vira a cara, vai na bochecha mesmo.
  Desde as férias do Natal ele tem dado mais trabalho pra comer. Ele sabe onde moram as comidas mais gostosas, então fica apontando pros armários e pedindo. E quando a gente não dá, faz um escândalo enooorme! Bate a cabeça no sofá, berra, ou bate a mão na própria cabeça, hehehe. É bem engraçado... Nos primeiros dias aqui, com a correria de resolver documentação a gente acabou apelando pro pão, bolacha, papinhas industrializadas, macarrão e coxinhas de frango. Aí agora é só isso que ele quer. Ele vem na sala, pega na minha mão, me leva até a cozinha e aponta pro armário pra pedir pão. Mas hoje fomos firmes e ele já começou a comer um pouco de comida, depois de muitos protestos e tapas na cabeça. :-)
  Ele continua mamando e ainda pede várias vezes por dia. Aponta pro meu peito e fala "mamá". Se ele acha que eu não entendi o recado, começa a mexer na minha roupa. Quando ele acaba de mamar, abaixa a minha blusa, como quem diz "Tô satisfeito. Pode guardar". Às vezes, se ele fica o dia inteiro sem mamar (porque estamos fora de casa ou outro motivo qualquer), quando ele finalmente mama, fica tão feliz que às vezes para para bater palminhas. Depois de aplaudir, ele volta a mamar.
  Aqui no Canadá ele ainda não tem muitos brinquedos. O que ele mais gosta é de uma bolinha pequenininha que minha mãe comprou pra ele no shopping, em Maringá. Fica jogando e correndo atrás. Ou jogando pra eu ou o Alessandro pegar. Hoje ele inventou de ficar jogando a bolinha embaixo do sofá. Aí ficava chorando pra gente pegar. Aí era só pegar que ele ia lá e jogava de novo. E ele só brinca sozinho se eu ou o Alessandro estivermos por perto. Se a gente sai da sala, ele vem correndo atrás. Se estou indo de um quarto pro outro, pra arrumar as roupas, ele fica indo atrás de mim de um quarto pro outro também. Mas depois de umas 3 ou 4 vezes ele começa a ficar bravo, hehehe.
  O Nathan continua gostando de ver bichos. Aliás, impressionante a quantidade de pessoas passeando com cachorros por aqui, com neve e tudo. Hoje tava vendo um homem com o cachorro e pensando "Tadinho, não tem nem uma roupinha, nem um sapatinho, deve estar com frio". Aí segundos depois, o cachorro se jogou na neve e ficou rolando, rolando... É, acho que ele não era tadinho. :-) Aliás, uma propaganda que vi hoje na tv dizia algo do tipo - Um canadense de verdade nunca diz "Vamos esperar um dia mais quente".
  Mas voltando, sempre tem cachorros pra ele ver e também esquilos. Impressionante como tem esquilos por aqui. É só olhar pra fora da janela da nossa sala pra ver pelo menos um correndo pelo fio de luz. Vejam na foto abaixo um esquilinho na árvore:
Ah, ele também sempre lembra da musiquinha do passarinho que a vovó Marido a cantava pra ele. É só falar pra ele a palavra "passarinho" que ele começa a balançar as mãozinhas, imitando passarinho voando. Uma gracinha. :-) Eu falo pra ele "Nathan, cadê o passarinho?" e ele já começa a bater as asinhas, hehehe.
  O Nathan também tá mais beijoqueiro. Ele tá dormindo comigo quase todo dia, aí às vezes acorda, dá um sorrisão e vem me dar aquele beijo molhado de boca aberta dele. Hoje, pela 1a. vez aqui no Canadá, comprei melancia pra ele. Ele adorou!!! Só de ver a melancia já ficou todo animado, sapateando, batendo os pezinhos. Aí depois de comer um pouco, ele ficava me dando vários beijos, acho que pra agradecer. :-)
  Abaixo, uma foto do Nathan tomando suco de laranja no aeroporto, no dia da nossa viagem pra cá.
  Ah, outra atividade que ele adora é subir escadas. Nos shoppings, se deixar, ele não sai da escada rolante. Por ele, ficaria o dia todo lá, subindo e descendo. Aliás, essa é a única hora que ele pega na minha mão. Porque agora o que ele gosta é de andar livremente e ficar brincando de se esconder atrás das colunas.

  Talvez, se pensar bem, ele seja apenas uma criancinha normal, fazendo o que toda criança nessa idade faz. Mas pra mim, obviamente ele é único e especial e cada coisinha que ele faz, cada novidade é única. Quando ele fica brincando no sofá de se jogar pra trás ou de pular e cair sentado, pra mim ele é a 1a. criança no mundo que teve essa ideia. :-) Enfim, fica aqui o registro pras vovós matarem a saudade (ou ficarem com mais saudade ainda) e para eu ler no futuro e ficar com saudade dessa época tão trabalhosa e tão gostosa.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Passeando no frio

Sábado passado fomos numa academia de Muay Thai, participar de um evento que tava tendo lá. Tinha comida tailandesa (blééé, comi mas não gostei muito), umas lutinhas e algumas demonstrações bobinhas. As lutas maiores eram as últimas, então a gente não ficou, porque o Nathan estava com sono. Mas na verdade esse não é o assunto aqui.
Bom, teoricamente a academia era perto de casa, tipo 15 minutos andando. Tava frio, uns -7, mas dava pra ir a pé. Roupinha de neve no Nathan, coloquei ele no carrinho, cobri com cobertor e fomos. Acho que só os olhos dele tavam pra fora. Vejam foto:

Parece protegido o suficiente, não?? Pois é, não foi exatamente suficiente. O Alessandro errou o caminho e acabamos andando uns 50 minutos. Aí quando chegamos na academia, o Nathan estava com umas bolotinhas vermelhas no rosto, um pouco embaixo dos olhos. Pareciam queimaduras. Fiquei tão triste! Tadinho, deve ter passado frio assim mesmo. Depois de meia hora ou 1 hora lá dentro, no quentinho, sumiu tudo. Ufa! Mas ainda assim, achamos melhor aumentar a proteção. Aí comprei uma capa pro carrinho, pra proteger do vento e da neve. Então agora a gente passeia assim:
Agora acho que deu certo. Esse dia tava uns -15 mas o Nathan não ficou vermelho. Ainda bem. Se isso não desse certo ia começar a andar com o Nathan de táxi ou coisa parecida. Com esse casaco, eu praticamente não passo mais frio nos braços, corpo e pernas. Mas o nariz e o pé continuam gelados.
E agora, uma foto da neve. Ela é tão bonitinha! Cai em forma de estrelinhas. Uma gracinha, principalmente quando está lá fora e eu aqui dentro. Essa foto é de alguns floquinhos em cima do carrinho do Nathan.
 E por falar em Nathan, agora ele está acordado. Então outra hora escrevo mais aqui. Tchauzinho!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Tentando telefonar

Só pra minha mãe não ficar reclamando que minhas "meninges não estão formadas" (family joke, sorry), vou contar aqui de uma dificuldade: telefonar pro Brasil.
Bom, o problema começa porque eu ainda não tenho telefone. Tentamos ir em uma operadora daqui (Rogers) pra comprar celular, mas para ter celular de conta aqui eles pedem cartão de crédito. Não sei se pedem isso pra todo mundo, mas para recém-chegados ao Canadá as coisas são um pouco mais difíceis, já que eles não sabem se você é um bom pagador ou não.
Para ter cartão de crédito, também não é tão simples assim. Principalmente quando você acabou de chegar ao país e não tem emprego, hehehe. :-) Não foi tão difícil pra gente porque o Alessandro já tem uma conta em banco aqui desde 2008 e fomos transferindo dinheiro pra ela aos poucos. Mas enfim, tivemos que pedir cartão, eles verificaram se podia e só hoje que fomos no banco pra assinar a requisição do cartão. Agora são mais 7 dias úteis até chegar. Então vamos ficar sem celular mais um tempinho...
Mas tudo bem, não tenho preconceito contra telefones públicos. Assim, comprei um cartão telefônico próprio para ligações internacionais. Aí, ontem, mesmo com o frio horripilante de -11 graus, saí de casa umas 18:00 pra ir até a cabine telefônica ligar para minha mãe.
Estava bem encapotada. Duas calças, duas meias, bota até o joelho, blusa de manga comprida, blusa de lã, casacão até o joelho, luvas, cachecol, gorro e capuz do casaco. Mesmo assim, é só sair na rua que o nariz gela quase instantaneamente. O pé também. O meu casaco foi comprado aqui e é bem quente, mas ainda preciso de uma bota mais canadense. Não sei por que, mas meu nariz também começa a escorrer sempre que saio no frio. Que mania mais desagradável!!

Enfim, cheguei até a esquina de casa e percebi que a cabine telefônica não era ali. Eu lembrava que era bem perto, então pensei que seria ou na rua de cima ou na de baixo. Tentei na de baixo. Não era, grrr. Devia ser na de cima. Andar uma quadra ou duas a mais parece bobo agora que estou quentinha aqui em casa, mas na hora me pareceu uma tortura gigante! Mas aí na volta vi um telefone público dentro de um prédio. Ha! Entrei. Peguei o tal cartão telefônico e fui ler as instruções. 1. Ligar para número tal. Beleza, disquei. Atendeu! Opa, caiu. Hmmm, estranho. Tentei de novo. Atendeu! Opa, caiu outra vez. Ué... Fiz isso algumas vezes, achando que o serviço não era de qualidade e alguma hora a ligação seria completada. O número começava com um código de área, então tentei discar zero antes. Ah, agora atendeu. A voz falou "Bem vindo ao serviço de discagem da Bell. Para inglês, pressione 17". Achei estranho, já que no cartão o passo 2 era selecionar 1 para inglês. Mas beleza, apertei 17. A voz continuou "Digite o número do seu cartão". Aí peguei o cartão, raspei e digitei o número. "Sinto muito, o número discado está incorreto". Tentei de novo. Incorreto. Outra vez. Incorreto. Grrrr. "Se quiser fazer uma ligação a cobrar, aperte 11". Apertei. "Sinto muito. Este telefone não está habilitado para ligações a cobrar". Ê dificuldade...
Saí do prédio e resolvi andar até a outra esquina, pra ir na cabine da Bell. Cheguei lá e tentei ligar a cobrar, mas a voz disse que aquele telefone também não fazia esse tipo de ligação. Grrr. Nisso meu pé já estava ficando bem gelado. A cabine não é fechada embaixo, tem uma fresta de uns 15 centímetros. Deve ser pra nenhum morador de rua querer dormir lá dentro... Mas enfim, já que tava lá resolvi tentar de novo. Comecei usando o procedimento descrito no cartão e liguei pro tal número, mas sem discar o zero antes. O telefone não quis discar, disse que eu tinha que colocar 50 centavos. Achei estranho. O número que eu estava ligando era pra ser tipo um 0800, não devia pagar pra ligar. Tentei de novo usando o zero, que pelo menos alguém atendia, mas continuava dizendo que o número do cartão era inválido. Chequei meu bolso... 25 centavos. Opa, achei uma moeda de 2 dólares. Ah, mas este telefone não aceita moedas de 2 dólares.
Bom, como continuar tentando fazendo tudo igual não adianta, fui lá na loja onde comprei o cartão, que era perto, do outro lado da rua. Falei com a moça do caixa, expliquei que a vozinha dizia pra mim que o número do cartão telefônico tava inválido, mas ela disse que eu tinha que falar com o chefe dele, que era quem tinha me vendido o cartão. Ele supostamente estava chegando. Mas aí perguntei pra ela se ela sabia usar esses cartões, pra ver se ela sabia se eu tava fazendo algo errado. Ela disse que sabia usar e disse que ia testar pra mim. Pegou o celular dela e discou pro número que dizia no cartão. Atendeu de cara! E não pediu pra digitar "17" pra inglês. Hmmm, bem como eu suspeitava. O problema é que o número não é do tipo "0800". Ou seja, não dá pra ligar de telefone público. Teria que ligar de casa, ou celular. A não ser que eu insira os 50 centavos no telefone público.
Como eu tava sem dinheiro, fim da história! Voltei pra casa 45 minutos depois sem ligar. E se eu não escrevesse esse post, minha mãe não ia ficar sabendo que tentar telefonar pode dar muito trabalho! Mas paciência, em no máximo 2 semanas já vou ter meu celular. Enquanto isso, mãe, vai lendo meu blog. :-)