quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Primeiro Natal no Canadá

  Confesso que me decepcionei um pouco com o Natal por aqui. Não sei por que, eu achava que aqui tudo ia ser maior e mais grandioso. Mais luzes, mais decoração, mais tudo e não foi nada disso.
  Bom, realmente não sei de onde tirei essa ideia. Afinal, mais ou menos metade da população é composta por imigrantes vindos de várias partes do mundo. Várias delas são lugares onde não se comemora o Natal. Nessa época do ano, os judeus comemoram o Hanukah, os africanos comemoram o Kwanzaa e por aí vai. E aqui o respeito às diferenças culturais é fortíssimo. Tanto que a maioria das pessoas não deseja "Feliz Natal" a não ser que conheça bem a pessoa. Tipo, se você faz uma compra no mercado, o caixa vai te desejar "Boas Festas". Nas lojas também está escrito "Boas Festas". Às vezes até tem um Feliz Natal, mas normalmente acompanhado de uma outra série de felicitações.

  Aliás, a decoração natalina também deixou a desejar. No Brasil, quando você vai ao shopping, é um festival de luzes, bolinhas, árvore de Natal enorme... enfim, aquela coisa linda que vocês conhecem. Aqui, entrei no shopping e... ué, cadê a decoração? Logo que entrei, não tinha absolutamente. Fui andando e vi umas bolinhas aqui, outras ali. Mas achei tão sem graça! Tão pobrinha. Bléééé. Me decepcionei. Bom, mas pelo menos aqui o Papai Noel também chega de helicóptero no shopping. :-)

  A festinha de fim de ano na escolinha do Nathan também foi a coisa mais sem graça do mundo. Deixa eu colocar uma foto.

   Bom, a "apresentação" foi só isso. As crianças sentadinhas ali, aí começou a tocar Jingle Bells e 1 ou 2 crianças cantaram junto, enquanto as outras ficaram lá com cara de assustadas, hehehe. Na hora o Nathan ficou quieto, mas ele adora essa música! Ele canta mais ou menos assim: "Babauel, babauel, babababa ei!!" Hehehe. :-) Ainda teve mais uma música, aí acabou. Mas o Nathan me viu no meio da primeira música e já saiu do palco pra vir ficar comigo. Sem problemas, acho que essas crianças são muito novinhas pra apresentações, mesmo. Depois das músicas teve comes e bebes no saguão de entrada e só. Mais fotinhas:
  Eu ia oferecer melancia, mas ele viu o cookie primeiro, aí já era. :-)


  E essa foi a lembrancinha:

  Bonitinha, ok, mas reparem que não tem nada que lembre Natal. Quer dizer, no máximo as cores. :-) Mas enfim, achei as professoras bem sem criatividade. Fora que eu fiquei esperando que aquelas cortinas no palco fossem abrir e ter alguma coisa lá atrás, mas não, elas ficaram fechadas. Me enganaram! Tá certo que as crianças são muito pequenas, mas ano passado, no Brasil, o Nathan era menor ainda e as professoras da escolinha fizeram um trabalho bem legal com o berçário. Não teve apresentação, mas tinha um mural com fotos dos aluninhos em bolinhas de Natal, mensagens das professoras, lembrancinhas legais... Sei lá, acho que lá também tinha muito mais calor humano, mais amor. Enfim, me decepcionei! Mas outro hora escrevo um post só pra falar da escolinha.
 
  Bom, mas pelo menos UMA coisa legal que tem todo ano aqui é a Santa Claus Parade (desfile do Papai Noel). Quer dizer, imagino que seja legal, porque nós não fomos. Além de eu estar no auge dos enjoos naquele dia, ela começava às 14:00, bem no horário do cochilo do Nathan. Mas ano que vem acho que dá pra gente ir.
  Ah, outra coisa legal é que lá no parque em frente ao lago também tem o que eles chamam de Festival of Lights. O festival é composto basicamente por luzes, mesmo. :-) Em formato de animais, presépio, carruagem, etc. Deixa eu colocar algumas fotos. Tinha beeeeem mais coisas além dessas que vou mostrar, mas não tiramos fotos de todas. Tava muito frio e a vontade era de ficar com a mão no bolso e voltar correndo pra casa.
   Viu? Não disse que o papai noel chega de helicóptero?

  Nessa área da banda de porquinhos estava tocando uma música, mas não lembro qual.

  Nathan tentando montar na girafa.

  Presépio.

  Fiquei um tempo matutando sobre o que fazer pra ceia de Natal. Não queria fazer peru, porque já tínhamos comido isso no Ação de Graças e eu não achei que ficou delicioso. Eu até poderia caçar uma outra receita, mas o chato é que as sobras são interminááááveis. Aí resolvi fazer fondue. É gostoso e pouco comum. Porque para marcar uma data diferente tem que ser algo diferente!!
  Também fiquei pensando se seria melhor esperar o Nathan dormir pra comermos o fondue. Afinal, garfinhos, fogo, queijo quente... tudo o que um toddler precisa pra fazer arte. :-) Mas desisti logo dessa ideia. Natal tem que ser em família! Com toda a família. Ou, se não der, com o máximo de família possível. :-) Essa foi nossa ceia, então: fondue de queijo e, de sobremesa, fondue de chocolate.E um vinho sem álcool horroroso, hehehe. Ninguém gostou.

  O fondue de queijo estava uma delícia, nham nham nham. Mesmo com a barriga cheia, fui dormir já pensando em comprar mais. O Nathan acho que nem experimentou direito. Quando ele viu os pãos cortadinhos, desatou a comer pão, antes mesmo do fondue ficar pronto, aí na hora tava sem fome. Mas ele achou bem divertido ficar mergulhando o pão no queijo e dando pra mim e pro Alessandro. Mas o que ele mais gostou foi de brindar. Adorou pegar a tacinha, brindar e falar Feliz Natal. Acho que repetimos isso mais de 10 vezes. :-)
  O fondue de chocolate ele também nem quis chegar perto. Quer dizer, isso no dia 24. Porque o resto do fondue ficou esquecido lá em cima da mesa e, no dia seguinte, foi encontrado! :-) Aí sim ele comeu com o dedo e se lambuzou todo. Eu acho que estava dormindo essa hora e o papai dele só filmando, hehehe.
  Ah, tem fotos dele com os presentes também.
  É, na verdade não tem muitas fotos, porque na manhã do dia 25 eu filmei ele abrindo os embrulhos. E alguns presentes demos dia 24, à noite. O Alessandro trouxe os meus presentes, aí tivemos que dar alguma coisa pra ele abrir, também. :-) Mas ele foi uma gracinha! O Alessandro entregou um embrulho pra ele e falou "Dá pra mamãe", aí ele me deu. Entreguei outro e falei: "Dá pro papai" e ele levou. Um fofo! Eu tava achando que ele ia querer abrir todos, hehehe.
  Aliás, nossa árvore este ano estava bem pobrinha. Eu tinha o costume de ir comprando os presentes pra família e colocando embaixo da árvore. Mas esse ano não dava, porque o Nathan adora abrir embrulhos, achei que não ia sobrar nada. :-) Fora que os presentes pra família foram todos pro correio, não tinha muita coisa por aqui. Bom, pelo menos os presentes que minha mãe mandou já tinham chegado, ebaaaa. Eu me comportei direitinho e só abri no dia 24, viu? :-D

  Acho que só tirei foto do Nathan brincando com esse presente, que é uma cozinha que eu comprei. Ele adorou! O Alessandro foi montando e ele em volta, todo animado, querendo brincar.

    O que ele mais gosta é de "pegar água" na cozinha dele e servir pra gente. O engraçado é que ele sempre serve assim, em cima de um pratinho, hehehe. Que lindo!!

  Bom, acho que era só isso. Foi um Natal gostoso, com comida gostosa e minha familinha linda. O que estraga são as comparações. Ficar pensando que no Brasil estaria calor, que no Brasil eu comeria chester, que no Brasil eu faria uma sobremesa pra ceia em família... Enfim, tudo aquilo que eu estava acostumada. Quem sabe ano que vem?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Nathan e o Papai Noel

  Resolvi levar o Nathan ao shopping pra ver o papai noel e, se tudo corresse bem, tirar foto com ele. Não tinha muitas expectativas, já que ano passado ele não gostou nadinha da experiência. :-) No colo do Papai Noel ele chorava. E mesmo no meu colo, do lado do Papai Noel, ficou todo desconfiado.

  Antes de sair de casa, falei: "Vamos no shopping, ver o Papai Noel?". Ele se animou todo! Não sei se exatamente por causa do Papai Noel. Provavelmente só por sair pra passear, que ele sempre adora.
  Chegando no shopping, falei de novo: "Chegamos!!! Vamos lá ver o Papai Noel!".
  Entramos no shopping e eu falei: "Vamos procurar o Papai Noel, Nathan?".
  Achamos a casinha dele, aí eu falei: "Nathan, vamos lá tirar foto com o Papai Noel?". Ele foi todo animado correndo pelo corredor formado por aquelas cordinhas-forma-fila. Mesmo sendo dia 23/dezembro, o shopping até que tava tranquilo e não tinha fila nenhuma.
  Percorremos o corredorzinho e eu falei: "Olha lá o Papai Noel, Nathan". Adivinhem o que ele falou? Bom, ele arregalou os olhos, deu um sorriso, apontou e falou: "SANTA!!". Hahahaha.

  Difícil, né? A gente tenta ensinar português pro filho, repete 100 vezes, mas... o Santa Claus ganhou. :-) Bom, não dá nem pra me espantar muito. Nessa época do ano, a maioria dos desenhos que passam na tv falam de Natal. Eu falei 100 vezes, a tv falou outras 100 e, no fim, ele escolheu.

  Bom, embora ele tenha ficado todo animado, na hora que eu o coloquei sentado do lado do Papai Noel, a coisa perdeu a graça. Ele não sorriu mais e ficou com aquela cara de "Ok, o que eu tô fazendo aqui? Vai acontecer alguma coisa?". O papai noel o pegou no colo e ele não reclamou nem nada, mas não consegui arrancar um sorrisinho pra foto. Como a fotógrafa era "oficial" lá do shopping, não deu pra ficar muito tempo insistindo. Nem gostei tanto da foto, achei que ele ficou meio que fazendo careta, hehehe. Mas tudo bem, ano que vem a gente tenta de novo. :-) Talvez em 2012 ele até tire foto com o Papai Noel e não com o Santa.



sábado, 24 de dezembro de 2011

Primeira ida ao dentista no Canadá

  Como todo ano, chegou a hora da visita anual ao dentista. Não tínhamos nenhuma indicação muito sólida, então escolhemos por localização e resolvemos ir ao dentista que fica a uma quadra daqui, hehehe. :-) Bom, na verdade o Alessandro escolheu. Eu só fui no embalo, já que ele aparentemente gostou (mas disse que é difícil julgar quando você só faz limpeza).

  A primeira consulta aqui é gigantesca. De cara a recepcionista já falou pra eu agendar 2 horas seguidas, pra dar tempo de fazer tudo de uma vez só. Também avisou que na 1a. visita seriam feitos raios-X (ainda é assim que se escreve raio-X??) completos da boca e mandíbula. Esse ponto eu estranhei bastante. Tirar raio-X assim, sem mais nem menos? Mesmo se eu não estiver sentindo nada e ela não achar nada de errado com meus dentes? Estranhíssimo!! Questionei e me falaram que é a única forma de encontrar infiltrações e blablabla. Estranho ou não, no meu caso não fazia diferença, pois gestantes não podem tirar raio-X.

  Chegando no local, a primeira coisa a ser feita é preencher um questionário médico gigantesco, onde você assinala tudo o que tem ou já teve. É muito, muito completo!! Pergunta desde problemas cardíacos, diabetes, hipertensão, alergias, até herpes, tosse persistente, anemia. Parece até que você está indo a médico e não ao dentista. E após assinar um monte de "Ok, eu aceito isso" e "estou ciente daquilo", finalmente é hora de ir pro consultório começar o exame.

  Gostei da salinha. A cadeira tem uma televisão acoplada lá no pé e, sendo acoplada, sobe e desce conforme a cadeira sobe e desce, pra ficar sempre visível. Gostei. :-)
 
  E agora, finalmente, o exame! A dentista vai olhando e falando, enquanto a assistente vai anotando as coisas no computador. O problema dela tem umas 10abas, cada uma com um moooonte de campos a serem preenchidos. Fico me perguntando o que tanto ela pode ter pra escrever sobre uma boca...

  Passo 1. A primeira coisa que ela examina é a cabeça e o pescoço. Fica apalpando aqui, apalpando lá, pede pra eu engolir, procura nódulos linfáticos, vê se tem alguma inchada, pede pra eu engolir... Aí pede pra eu abrir/fechar a boca, enquanto põe a mão nos lados da cabeça pra ver se tem algo raspando, alguma coisa fazendo "click". Não achou nada de anormal.
 
  Passo 2. Hora de abrir a boca e ela fica vendo se os dentes de cima encaixam certinho com os de baixo e procura mordida cruzada. Ela também mede quantos milímetros tem na frente, entre a arcada de cima e a de baixo quando eu mordo. Ainda pediu pra eu ficar abrindo a boca e mordendo de vários jeitos diferentes. Pelo que entendi, não existem ortodontistas por aqui. Dentista é dentista e todos fazem de tudo.

  Passo 3. Procurar cáries. Primeiro ela me dá um óculos, por causa da luz forte. A luz é igualzinho à das cadeiras de dentista no Brasil, o pessoal aqui é apenas mais fresco, hehehe. Aí ela vai olhando dente por dente. Não encontrou nada. Aí ela me dá um outro tipo de óculos e usa uma luzinha especial, azul, também pra ver se encontra cáries ou algum outro problema. Mas novamente, tudo bem.

  Passo 4. Histórico. Como ela não tem meus registros históricos, vai olhando dente por dente e anotando quais possuem obturações, de qual tipo, de qual tamanho, se elas parecem boas, etc. Em um dente ela recomendou trocar, porque acha que uma borda começou a mudar de cor, então pode ser que tenha uma cárie se formando ali. Mas disse que não tem pressa e que é melhor esperar o bebê nascer.

  Passo 5. Ela olha as gengivas, classifica em Tipo 2 e fica anotando onde eu tenho retração de gengiva.

  Passo 6. Perguntas sobre hábitos de higiene. Ela pergunta (e anota) quantas vezes por dia eu escovo os dentes, se passo fio dental, que escova eu uso, que pasta eu uso, enxaguante bucal, etc.

  Passo 7. Perguntas sobre hábitos alimentícios. Não lembro muito das outras perguntas, só lembro de ela perguntando se eu como muito doce e chocolate. Ela se espantou bastante quando eu disse que chegava a ficar um mês sem comer chocolate, sem sentir falta. :-) Ah sim, também perguntou de refrigerante, mas isso eu tomo ainda menos que como chocolate.

  Passo 8. Não lembro o nome da categoria, mas ela perguntou se eu roo as unhas, se fumo, se ranjo os dentes e outras coisas. Ela disse que encontrou um pouco de desgaste nos dentes, o que sugere que eu posso estar rangendo os dentes. Disse que talvez seja uma boa ideia usar um protetor pra dormir. Também fez outras perguntas não cobertas naquele questionário gigantesco da entrada. Tipo, se eu já tive algum grande trauma na boca ou cabeça, se tirei o siso, como, por que e por aí vai.

  Bom, aí acaba a parte da dentista e eu vou pra outra salinha e quem me atende agora é a assistente. Nessa outra sala também tem televisão, mas ela não é acoplada na cadeira. Que pobreza! :-) De qualquer forma, a distração é ótima para procedimentos demorados e chatos. Gostei.

Passo 9. Limpeza dos dentes. Ela pega aquele ferrinho feio, chato, bobo e careca e vai passando dente por dente, raspando, cutucando, pra retirar qualquer possível acúmulo de placa. Achei essa parte bem chatinha e doída, mas ela jura que é porque estou grávida e os hormônios sempre causam um pouco de "gengivite gestacional" e mais sensibilidade. Sei não, o Alessandro também falou que não gostou nada da limpeza. Ela se ofereceu pra passar um gel pra diminuir a sensibilidade, mas falei que não precisava; não estava tããããão terrível assim. Depois do ferrinho, ela passa fio dental em tudo. Em seguida, passa uma escovinha automática. Como estou grávida, não teve aplicação de flúor.

Passo 10. Ok, esse não faz parte necessariamente da consulta. É que eu estava com uma afta gigantesca no fundo da boca, quase na garganta. Mas não lembrava como falava afta em inglês. Mostrei a afta pra moça, pra perguntar como qual era o nome daquele troço (o nome é canker sore). Aí ela se ofereceu pra passar um laser pra secar. Uau, nem sabia que dava pra fazer isso. :-) Foi só 1 minuto de laser e pronto, tchau afta! Bom, pelo menos eu esqueci completamente da afta depois disso. Só lembrei agora, ao escrever este post.

  Ufa, acho que é tudo. Ela pediu pra eu voltar em 2 semanas, pra acompanhar minha "gengivite gestacional" e só. Achei tudo muito bem feito. A atenção aos detalhes é grande, me parece que o trabalho preventivo ali é bem forte. E tanta a dentista quanto a assistente foram bastante simpáticas (mesmo a assistente tendo aquele velho hábito de te fazer perguntas enquanto você tá com a boca aberta, hehehe). Enfim, por enquanto eu recomendaria esse consultório, sim. E agora vocês já sabem o que esperar quando forem ao dentista no Canadá pela 1a. vez. :-)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Como o Canadá lida com adolescentes violentos

  Semana passada li uma notícia sobre um grupo de meninas de uns 13 anos que se reuniram pra dormir na casa de uma delas. Mas parece que duas delas não eram tão amigas assim, pois uma delas jogou água sanitária na outra e a ameaçou com uma faca.
  A ameaçada prestou queixa e a adolescente foi presa. Não sei se existe algum tipo de febem por aqui.
Dei uma pesquisada rápida no google e, pelo que entendi, dos 12-17anos as sentenças são diferenciadas mas, em caso de condenação, a cadeia é a mesma.
  Mas enfim, a menina foi presa e 1 ou 2 semanas depois liberada após uma fiança de $500. Quer dizer, liberada em termos. Está em prisão domiciliar. Não pode ir à escola nem se aproximar das (ou se comunicar com as) outras meninas que estavam lá na tal festa do pijama.
  Ainda vai demorar mais um mês até ela ser ouvida na corte novamente. Consequências sérias. Agora ela fica com a vida em suspenso, presa em casa. Nem sei o que acontece depois. Fiquei curiosa pra saber mais sobre as leis locais em relação a crimes juvenis. Pode ser que ela fique com a ficha suja pra sempre.
  Mas achei interessante ver como ninguém acha que foi pouca coisa. Pelo contrário, o juiz de paz que cuida do caso disse que as acusações são "very serious, shocking or horrendous". Nossa! Eu nem achei que tinha sido algo tão terrível assim, já que ninguém se feriu. Mas por aqui ameaças são levadas a sério. Tem alguma controvérsia sobre se a prisão não acaba deixando o adolescente mais propenso a voltar a praticar crimes. Bom, eu acho que depende do caso. Mas no caso dessa menina aí, duvido que ela vai voltar a jogar água sanitária em alguém.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A palmada, o tapinha e os pais descontrolados

  Essa semana, umas 3 ou 4 pessoas compartilharam no facebook uma foto de uma criança apanhando do pai e falando algo do tipo "Obrigada pai, por me dar limite" ou então "melhor infringir a lei da palmada do que ter um filho que fere o código penal inteiro".
  Tô aqui espumando de raiva. Preciso desabafar! Logo que vi isso pela primeira vez, achei que era só brincadeira. Mas depois vi que tem pessoas que realmente defendem e acreditam que PRECISAM bater nos filhos para educar e dar limite. Gente do céu, como pode? Hello gente, estamos em 2011, o mundo evoluiu. Sério que vocês vão querer ficar pra trás? Acordem!
 
  A tal foto que fala do código penal é o argumento mais ridículo que alguém poderia apresentar. Vai lá na cadeia e pergunta pros presos quantos deles apanharam dos pais. Quero ver se escapa um!! Eu achei que todos já estivessem carecas de saber que a violência doméstica é ainda maior nas classes mais baixas, de ondem normalmente saem os criminosos. A criminalidade tem muitas causas, a maioria históricas, fruto da desigualdade social. A palmadinha, tapinha ou tapão não têm nada a ver com a história. Parem de falar besteira, ok?

  Mas tudo bem, vamos falar da outra foto, que fala sobre limites. Claro, óbvio ululante que criança precisa de limite e ouvir vários "não" na vida. Tem pai que deixa o filho fazer tudo, compra tudo o que ele quer e o resultado são uns mimados mal criados e, em alguns casos, drogados e, é verdade, até criminosos. Mas quem foi o mentecapto que disse que a única forma de dar limite pra uma criança é com tapa, hein? Hein? Se eu pego esse cara, vou azucriná-lo pro resto dos meus dias!! Fica falando besteira por aí, daí as mentes fracas acreditam.

  Eu frequento uma lista de emails de mães. Lá de vez em quando aparece uma mãe com remorso, dizendo que nunca bate no filho mas, um belo dia, aconteceu sei lá o que, ela se descontrolou e bateu. A história é sempre parecida. A mãe ou o pai nunca batem porque pararam pra pensar e decidiram: "Ah, nesta situação a punição ideal é a chinelada". Claro que não! Batem porque estão com raiva, porque perderam a paciência. Então não me venham com nhénhénhém dizendo que acham que bater é importante pra dar limite. Bom, mas pelo menos essas reconheceram o erro.

  Raiva eu também já tive. Vou mostrar:
  Estão vendo essa tv de plasma 42 polegadas super bonitinha, comprada novinha em abril/2011? Então agora olhem mais perto.

  Essa é uma foto mais perto dessa mesma tv, quebrada em julho/2011 pelo Nathan, que jogou uma bolinha nela. Era uma bolinha bem dura...
  Então acreditem, quando eu vi que a tv parou de funcionar por causa dessa bolinha, eu realmente fiquei com raiva. Mas ele tinha 18 meses. Bater só ia servir pra descontar minha raiva, ele não ia aprender nada e com certeza nem entenderia por que estava apanhando. Ia ficar é confuso, sem entender por que aquela pessoa que mais o protege o estava machucando. Realmente não entendo como alguém pode bater em uma criança tão pequena. Mas sei que existem pessoas que batem até em bebês!! Ai, que covardia!

  Mas ok, voltemos às "crianças maiorzinhas". Eu desafiei no facebook e desafio aqui de novo. Quer ver alguém me dar um exemplo (só UM) de uma situação em que é "necessário" usar uma punição física. Não vão achar. Não existe!! Sempre tem alternativas.  Tem deixar de castigo, colocar pra pensar, cortar a sobremesa, cortar a televisão, cortar o videogame, cortar um passeio que já estava programado... Tem jeitos melhores e piores e alguns eu nem concordo muito, mas qualquer um é melhor do que bater. Alguns têm efeito demorado, alguns só fazem efeito na próxima birra, mas... pelo menos você não apelou.
  Alguém escreveu no facebook este exemplo: "criança berrando, se jogando no chão, xingando e/ou batendo nos pais, enfim uma birra daquelas....". Bléeééé, esse é moleza. Não fosse a parte do "batendo", eu diria apenas pra ignorar ou sair de perto. Eu faço isso quando o Nathan dá xilique e sempre funciona. Em casa às vezes demora até 15 minutos, mas sempre passa. Com o tempo a birra diminui de duração, porque ele percebe que não faz efeito. Fora de casa, é só sair andando que ele vem correndo atrás. Felizmente por aqui essas birras são bem raras. E se a criança tá batendo em você, saia de perto. Se ela vier atrás, segure os braços dela, feche no quarto, feche no banheiro.

  E continuando, um dia a criança e vira adolescente. Essa é, na minha opinião, a fase em que os limites são mais necessários do que nunca. Afinal, é nessa fase que vêm as grandes preocupações, como cigarro, álcool, drogas, gravidez indesejada, preparação pro vestibular, etc. Em adolescente você não vai dar tapinha, vai? Nem palmada. Vai ter que aprender a dar limite de outro jeito, não vai? Então é só começar a praticar mais cedo, simples!
  E aqui eu faço um parênteses para lembrar a minha mãe que a profecia dela já se cumpriu faz tempo. Sabe aquela profecia que mãe sempre faz? "Um dia você vai entender. Um dia você vai me dar razão". Hehehe. :-) É verdade, hoje eu entendo as preocupações e os limites. E lembrando da minha mente adolescente, acho que ela tinha razão, porque eu teria dado sim, muita cabeçada por aí se não fossem por eles. E vejam só, foi uma adolescência livre de chineladas!! E eu não virei marginal, hehehe.

  Comentei sobre esse assunto com o Alessandro há pouco e ele me falou que também deu sermão em alguém no facebook. Hehehe, que legal! Nem eu sabia, nem ele sabia que eu também tava discutindo esse assunto. É bom saber que a gente pensa igual. Dá aquela sensação de: ufa, escolhi a pessoa certa pra ser pai dos meus filhos. :-)

  O que mais me entristece é que mesmo ótimas pessoas, boas mães (no geral) pensem assim. Eu também sou humana, também tenho defeitos e não sei se ganharia o concurso de melhor mãe do mundo. E sendo imperfeita, embora hoje me pareça extremamente improvável, talvez um dia eu também perca a paciência e dê um tapa. Mas se isso acontecer, podem ter a certeza que não vou ficar arrumando desculpas pra tentar me justificar. Vou assumir que errei, que me descontrolei e me esforçar pra que não aconteça mais.

  E se você, que está lendo agora, é uma dessas mães que (ainda) bate nos filhos, não se sinta ofendida pensando que eu acho você uma péssima mãe, unicamente por causa desse quesito. Talvez você seja, talvez não. Sei lá, não te conheço. :-P Nem tô dizendo que sou uma mãe melhor que você. Até porque não conheço nenhuma régua que consiga medir isso. Mas nesse ponto em específico, sinto muito, não é uma opinião, é um fato: você está errada.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Ai, que saudade

  Mesmo felizes com a decisão de mudar de país, as saudades são inevitáveis. E não vou nem falar da família, porque essa eu já tinha saudades mesmo no Brasil.
  Desde que engravidei, o que mais sinto falta é de comida. Principalmente de um disk-marmitex. Quando o Nathan tinha poucos meses de vida, eu estava em licença maternidade e minha mãe já tinha ido embora, muitos dias eu não conseguia cozinhar. O Nathan só queria colo, colo, colo e, se finalmente dormia um pouco no bercinho, eu só conseguia ir dormir também, não tinha forças pra ficar acordada cozinhando. Fora que eu tinha que aproveitar o cochilo dele para comer (coisa que eu demoro muito pra fazer). Essa foi uma época que usei bastante o disk-marmitex.
  Ah, que delícia! Arroz, feijão, bife e um refogado de legumes, tudo prontinho! No restaurante onde eu pedia o cardápio era até variado, podia ser bife normal, bife milanesa, bife parmegiana, peito de frango, frango milanesa, frango parmegiana, carne de panela com batatas, costela... Ih, nem lembro mais. Em outro restaurante, também tinha o marmitex de picanha. Arroz, feijão, 2 fatias de picanha, farofa e batata frita. Nham nham nham, que delícia.
  A marmita era grande, pra mim durava duas refeições. Errr, menos a de picanha, que essa eu devorava a carne toda com muito gosto! :-)
  Aí me lembro de um episódio... Uma vez minha tia não teve tempo de fazer almoço por um motivo qualquer e mandou os filhos irem comprar marmitex. Os dois fizeram um escândalo e não queriam ir de jeito nenhum. Sei lá se achavam coisa de pobre ou o quê. Ahhhh, como são tolinhos. Como eu invejo ter essa possibilidade assim, à mão. Bom, coisa de adolescentes. Isso passa.
  Comentei com o Alessandro da saudade do disk-marmitex e ele não entendeu. Falou: "Ué, mas aqui tem disk de tudo". Sei... Tudo, menos marmitex com arroz, feijão, refogado e bife. Aqui dá pedir massas, pizza, frango, comida tailandesa, japonesa, chinesa... Mas não tem comida brasileira.
  Restaurantes self-service também são raríssimos por aqui. E nunca por quilo, sempre é um preço fixo para comer à vontade. E quando é assim, normalmente a qualidade nunca é tão boa.
  Enfim, como não tem por aí, o jeito é fazer meu próprio arroz com feijão.

  Outra coisa que me deu vontade de comer, assim de repente, é bolacha tortinha. Estou há várias semanas pensando nela. Sabem qual é, né? Essa aqui:

  Essa de chocolate+avelã da marca Isabela, então, nham nham nham, é a melhor que tem. Mas tudo bem, minha mãe disse que vai me mandar, eba!!
  Ainda assim, tem tanta coisa que dá saudade. Rodízio de pizza, churrascaria rodízio, cachorrão de Maringá, capuccino gelado da ex-Bom Livro, pastel na feira, casquinha de siri na praia, sorvete de brigadeiro da Kibon, porção de mandioca frita, restaurante self-service, sonho de valsa, bis, bolinho de bacalhau... A maioria das coisas dá pra improvisar, contornar, fazer em casa... Mas tem outras que são simplesmente insubstituíveis.
  Gente, será que eu tô é com fome? Hehehe. Eu continuo com minha indigestão diária. Nesse exato momento meu estômago doi, como de costume e, ainda assim, não paro de pensar em comida. Mas não tô com vontade de nada que tem na minha geladeira. Bléééé.
  Ah, que saudade de um disk-marmitex...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Diálogo com um toddler de poucas palavras

  O Nathan está melhorando, mas ainda fala pouco. Com isso, temos diálogos como esse:

- Mamãe! Tchitchi!
- Ah, você quer leite?
- Hihihi.
- Ok, vamos lá na cozinha, vou pegar pra você.
  ...
- Pronto, tá aqui seu leite.
- Nããããããããããoooooooo!!!
- O que foi? Você não pediu leite?
- Copo?
- Ah, você quer tomar em outro copo?
- Hihihi.
- Quer o copo verde?
- Não.
- O copo azul?
- Não.
- Hmm, o copo vermelho?
- Nããão!
  (Começa a perder a paciência e bate as mãos nas orelhas)
  Gugu!
- Ah, você quer o copo com a tartaruga?
- Hihihi.
- Pronto, tá aqui o leite no copo da tartaruga.
- Cagu?
- Quer um canudo?
- Hihihi.
- Pronto, tá aqui seu canudo.
- Thank you, mamãe.

  E vai pra sala alegremente, tomar seu leite. :-)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vídeo - Nathan assoprando velinhas

  Pra compensar o post sem graça que acabei de postar, aqui vai o vídeo já divulgado e prometido anteriormente. :-)



Mais reclamaçõezinhas - pode?

  Quando estava grávida do Nathan, eu tinha o que chamava de "diário da gravidez". Basicamente um arquivo do word onde eu escrevia o que estava pensando, sentindo, etc. Agora acho interessante ficar lendo novamente e comparando.
  Logo de cara deu pra perceber que a gestação do Nathan foi muito mais tranquila. Mas algumas coisas são melhores agora, vamos aos fatos.
1. Gravidez 1- Tive pouco enjoo e só 2 vomitozinhos básicos. Até me diverti com eles. :P
    Gravidez 2 - Vários enjoos, vários vômitos. O último há 20 minutos.

2. G1 - Muita azia no 1o. trimestre.
    G2 - Só uns 2 episódios de azia.

3. G1 - Muito enjoo com cheiros, principalmente de alho.
    G2 - Idem! Macarrão alho e óleo, nem pensar! O chato é que agora moro em apartamento e a minha porta é a última do corredor.

4. G1 - Um pouco de indigestão após a janta.
    G2 - Indigestão o dia inteirinho, com muita, muita dor de estômago.

5. G1 - Preocupação o tempo todo, achando que ia perder o bebê
    G2 - Preocupações ocasionais, só pra não perder o costume.

6. G1 - Muito sono. Dormia muuuito!
    G2 - Muito sono. Dormindo pouco. Fazer o quê? Quando se tem um toddler em casa, é assim. Pra piorar, ando tendo insônia.

7. G1 - Sendo bastante mimada pela mamãe e pelo marido.
    G2 - Ninguém me mima, snif...




8. G1 - Gripe com 11 semanas de gestação.
    G2 - Idem. Buááá. Estou gripada, nariz entupido, escorrendo, sinusite, dor de cabeça.

9. G1 - Empregada fazia tudo.
    G2 - Passando mal ou não, tenho que limpar a casa, lavar roupa... Droguinha.

  É, pensando bem, não tem muita coisa melhor, não. Só o fato de eu estar mais tranquila agora. E mesmo assim, nem tanto, porque volta e meia me preocupo por não ter tomado ácido fólico antes de engravidar.
  A notícia boa é que semana que vem tem ultrassom, obaaaa. Finalmenteeeee. E vou estar completando 12 semanas. Se tudo correr bem a gripe terá passado, os enjoos terão passado, vou ver meu bebê e aí sim voltarão os posts mais animados aqui no blog. :-) Fiquem na torcida!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um dezembro com mais graça

  Não se pode nem reclamar um pouquinho da vida. O Alessandro perde o emprego às 11:00, à tarde vai pra uma entrevista e no fim da tarde já tá empregado de novo, hahaha. :-P E o emprego também é em Burlington. As vagas que pagam melhor normalmente são em Toronto. Mas como a gente não quer morar lá, isso implicaria em dirigir Toronto-Burlington em horário de pico. E minha irmã sabe exatamente o que isso significa, certo Taia? :-) Significa demorar umas 2 horas e meia pra chegar em casa no fim do dia. Ninguém gosta e muito menos o Alessandro.
  E pra ninguém dizer que nunca elogio, eu tenho muito orgulho do meu marido. É um profissional competente e deve ser muito bom em entrevistas, não é possível, hehehe.  

  Enfim, a vida continua, ainda não estamos na nossa situação ideal, mas agora com mais ânimo. Embora pra mim esteja continuando com uma dor de cabeça terrível, buáááá. Eu acho que foi um sanduíche que comi ontem que tinha ovo cozido. Eu sou alérgica a ovo cru, mas normalmente posso comer ovo cozido, desde que tenha sido beeeem cozido. Estou desconfiada de que não me deu alergia mas, em compensação, tenha sido o responsável pela dor de cabeça. Desde ontem ela me acompanha.
  Quando estava grávida do Nathan também tive uma crise de dor de cabeça que durou 72horas. Eu comi alguma coisa que me fez mal e depois não conseguia nem dormir de tanta dor. Daquela vez tomei um tylenol (com aquele peeeeso na consciência) e não adiantou absolutamente nada. Então desta vez não tomei nada e estou esperando os 3 dias passarem. Se o padrão se mantiver, amanhã a dor estará mais fraca e domingo terá passado.
 
  Mas, com dor ou sem, ontem era 1/dezembro e, como planejado, montamos a árvore. Eu lembro que ano passado o Nathan ficou brincando com a fita que usei pra fazer laços, além de ficar tirando as bolinhas das árvores. Já esse ano ele realmente me ajudou! Ele ficou com a caixinha de bolinhas e foi me dando uma por uma, para eu ir pendurando na árvore. O problema foi quando acabou a caixinha. Ele achou a atividade tão divertida, que começou a tirar as bolinhas da árvore e guardar de volta na caixa, pra começar tudo de novo. :-) Mas eu tinha uma segunda caixa, há!! Aí ele ficou brincando com as bolinhas da 2a. caixa e por enquanto nem pendurei todas, pra ver se assim ele deixa as da árvore quietas. Ele também pendurou a guirlanda e não gostou muito quando eu ajeitei, "estragando" a decoração dele.
  Achei que as fotos não ficaram muito boas mas, enfim, aí vão:


  O Nathan colocando a guirlanda.

  Ainda não acabei os laços da árvore, mas já tá praticamente pronta.

   Olha a carinha lambuzada, depois de comer uma bolacha coberta com chocolate, tsc tsc tsc. Nessa foto ele tá empurrado o meu advent-calendar pra cima de mim. Eu pendurei perto da porta, aproveitando um preguinho que tinha lá, mas o Alessandro reclamou que ficava na passagem (é, ficava mesmo, hehehe) e tirou pra depois pendurar em outro lugar.
  Mas o Nathan não gostou nem um pouco de ver o papai noel no chão e ficava me dando, pra eu pendurar de novo, falando: "Papai, papai". Ele ainda aprendeu a falar "noel". :-) Agora ele ganhou uma parede só pra ele, olha que bonitinho. Quer dizer, bonitão, que ele é enorme!!


  Ah, esse ano também não vamos poder colocar presentes embaixo da árvore, porque o Nathan adora abrir embrulhos. Não ia sobrar um, hehehe. Mas tudo bem, porque a maioria vai pro correio amanhã, mesmo. Queria ter enviado tudo ainda em novembro, pra chegar a tempo pro Natal, mas minhas dores não deixaram. No problemo, um dia chegam. Quer dizer, assim espero!! Depois dos convites de aniversário extraviados, tô meio com medo...

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Um dezembro sem graça

  Era um domingo de outubro. 9 ou 16, não lembro. Como todo fim de semana, deixei o Nathan dormindo depois do almoço, o Alessandro ficou tomando conta e saí. Era o meu dia semanal de ir no mercado, correio, farmácia, shopping ou até cinema... Enfim, fazer compras e resolver pendências.
  O Outono estava começando a ficar fortinho. Estava um dia bem feio, chovendo e frio (uns 5 graus). Mas mesmo com esse dia feio, eu estava super feliz! Dirigindo numa boa, ouvindo música e pensando: "Nossa, o dia tá tão feio, mas estou tão contente!". Lembro de ter ficado surpresa comigo mesma, afinal não tinha nenhum motivo especial. E ao mesmo tempo, tinha sim, como não? Eu tinha uma vida boa, morava numa cidade legal, em um apartamento ótimo, tinha um carro grandããããão, com um porta-malããããão, hehehe. Tinha uma família, um filho super-hiper-mega lindo-gracinha-fofinho-carinhoso-etc. Ia estar triste por quê? Só por causa de uma chuvinha?
  Também estava animada com os próximos meses. O Nathan já estava matriculado na escolinha, eu já estava em contato com recrutadores, logo logo eu estaria trabalhando e, quando isso acontecesse, finalmente íamos começar a juntar dinheiro para comprar uma casa.

  Fast forward no filme e, quase 2 meses depois, parece que tudo mudou. Acho que nunca mais tive um dia completamente feliz, como aquele... Agora meus dias são enjoo e ansiedade. Ok, ok, estou exagerando. Antes que alguém se engane, já aviso que não estou com depressão, longe disso. :-)
  Ainda assim, agora é um período de transição, de mudanças e, com elas, sempre há muita ansiedade. Primeiro, tem um bebê a caminho. Segundo, não vou mais voltar a trabalhar. Terceiro, o Nathan não vai mais pra escolinha (avisei ainda em novembro, mas como tem que avisar com um mês de antecedência, ele ainda vai por mais algumas semanas). Quarto, precisamos controlar ainda mais os gastos. E o quinto... bom, essa notícia recebi há poucas horas: o Alessandro perdeu o emprego, como já estávamos prevendo (empresa mal das pernas e demitindo nas últimas semanas).
  Enfim, acho que não vai ser um dezembro muito animado. E esse sempre foi o meu mês preferido do ano. Mas desta vez, vai ser apenas mais um mês. O Natal vai ser de restrições orçamentárias e longe de toda a família. Ok, não toda. Vai ter o Alessandro, o Nathan e o bb2. Que são, no fim das contas, as pessoas mais importantes; aqueles que me aguentam diariamente. Mas vocês sabem o que eu quero dizer. Estou falando da família com quem eu passei os Natais da minha infância, adolescência e... bom, praticamente todos os Natais até hoje. Nem pai, nem mãe, nem irmãos, nem avós, nem tias, nem primos. Ninguém. Ninguém... :-( Nem no dia 24, nem no dia 25, nem uma semana depois nem coisa parecida.
  E de repente, ainda me sinto culpada. O Alessandro já tá fazendo entrevistas, muito mais ansioso que eu, preocupado com o sustento da casa e eu aqui me preocupando com a celebração do Natal. Comparando assim, parece uma grande bobeira. Mas fazer o quê? O problema sempre parece grande pra quem passa por ele. Junte aí os hormônios da gravidez e pronto, temos aqui uma grávida choramingando no blog.

  Se eu pensar friamente, nem tanta coisa mudou. Eu continuo morando na mesma cidade, no mesmo apartamento, dirigindo o mesmo carro, tenho a mesma família e ela ainda vai ficar maior e mais animada. Ok, ainda não tive coragem de comprar a cômoda pro meu quarto (ou tapetes, ou criado-mudo), mas ninguém aqui está passando fome e o bebê não vai ter que viver enrolado em lençol. E vamos ter presentes de Natal, como não?
  De repente já me sinto melhor. Pra isso servem os blogs, né? Auto-terapia. :-P Agora vou lá na escolinha buscar meu ajudantezinho, porque hoje é 1/dezembro, ou seja: dia de montar árvore de Natal, obaaaa! Talvez dezembro não seja apenas mais um mês, no fim das contas. Afinal, não é todo mês que tem árvore de Natal aqui em casa.